Natal: nascer de novo ou apenas comerciar?

O Natal, a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, está chegando. Há mais de 2000 anos, nasceu  em Nazaré o filho de Deus, o nosso Salvador, que trouxe consigo uma mensagem de paz, amor, justiça e fraternidade. Essa é uma das datas mais importantes para nós, cristãos, pois marca o início do cristianismo, o início da nossa história.

No entanto, quando nos aproximamos do mês de dezembro, começamos a observar as ruas enfeitadas, casas muito bem decoradas, o comércio lojista a todo vapor e as pessoas desesperadas para ir às compras. Isso não seria um problema tão grande se o real significado do Natal não tivesse sido esquecido, muitas vezes, mesmo pelos próprios cristãos. Em nosso tempo, onde o lucro é sempre visado, a data mais importante para o cristianismo foi incorporada pelo comércio, tornando-a, muitas vezes, apenas uma grande oportunidade de fazer bons negócios. O mais absurdo é ver que muitos cristãos compactuam com isso e favorecem essa situação.

Outro problema é observarmos o inverso: por um lado um espírito cristão explícito e fervoroso, a prática da caridade nas nossas atitudes durante essa época de espera (o Advento); em contrapartida, durante o resto do ano, observamos, muitas vezes, esse espírito e práticas apagadas. Temos, assim, uma via de mão dupla.

Não podemos nos esquecer, também, que enquanto estamos no conforto de nosso lar com a nossa família reunida e com uma mesa farta, existem pessoas que estão jogadas nas ruas sem ter o que comer, sem ter uma família; muitas vezes, tais pessoas não estão nessas condições por opção, mas por falta de opção. É frustrante ver pessoas irem às compras, depois à Igreja e saírem com um “ar de superioridade” pensando terem cumprido suas “obrigações” (pois é assim que chamam), julgando-se exemplos de cristãos; mas quando saem na rua e alguém, jogado na calçada, por exemplo, lhes estende a mão ou apenas espera ou dirige um sorriso e este é pago com o desprezo ou um olhar enojado. Onde está o espírito humilde de Jesus Cristo? Onde estão os valores cristãos? Jesus nasceu numa estrebaria, tendo os animais, os pobres pastores e as estrelas como testemunhas e viveu junto do povo que Ele tanto amou e ama. A vida de Jesus deve ser para nós um exemplo de vida e humildade.

Diante dessa situação, o nosso papel de jovens missionários é ajudar a trazer e despertar novamente nas pessoas e em nós mesmos, o real espírito do Natal, muitas vezes esquecido. O nosso espírito de cristãos convictos. A própria palavra “Natal” está ligada à nascimento. Portanto, façamos nascer em nossos corações e mente o real espírito cristão e mais ainda, vivamos esse espírito. Nasçamos de novo, renovemos nossas vidas, repensemos nossas atitudes.

Juventude, alcemos nosso grito e mensagem aos quatro ventos e por onde mais necessitem de nós. Vamos juntos buscar o verdadeiro espírito do Natal.

                                                                  Bruno Senoski do Prado

                                                                  Guarapuava - PR