Ao lermos atentamente a
Sagrada Escritura encontraremos em Gênesis 2,2-3 que Deus havia observado a
criação e vendo que tudo era muito bom santificou o sétimo dia e descansou. Na
cultura judaica seiscentos e treze preceitos permeavam a vida do povo e este
devia obedecer a todos estes mandamentos, dentre eles deveria com zelo guardar
o sétimo dia (o sábado, chamado de sabat) como dia de respeito e guarda assim
como prescreve o Gênesis sobre o descanso de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo ao
remir os pecados da humanidade em seu sacrifício na cruz, através de sua
ressureição no terceiro dia ressignificou o dia de respeito e guarda, o dia
santo por excelência passa a não ser mais o sabat (sábado) mas o domingo.
Em virtude disto afirma
São João Paulo II na Carta Apostólica Dies Domini que: “O dia do Senhor,
como foi definido o domingo, desde os tempos apostólicos, mereceu sempre, na
história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua estreita conexão
com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de fato, recorda, no ritmo
semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na
qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento
n'Ele da primeira criação e o início da « nova criação » (cf. 2 Cor 5,17). É o
dia da evocação adorante e grata do primeiro dia do mundo e, ao mesmo tempo, da
prefiguração, vivida na esperança, do « último dia », quando Cristo vier na
glória (cf. Act 1,11; 1 Tes 4,13-17) e renovar todas as coisas (cf. Ap 21,5)”.
A ressureição de Cristo é
então a segunda e nova Criação onde a humanidade é recriada e o Domingo é o dia
por excelência, como nos diz a própria tradução do termo domingo no latim:
Domingo = Dies Domini, ou seja, dia do Senhor. Por ser o domingo o dia
do Senhor é que a comunidade cristã deve reunir-se para celebrar sua fé. Para
celebrar o mistério da salvação e através da Santa Missa que é para todo
católico o sacrifício de Cristo na Cruz, é onde torna-se presente o sacrifico
do Senhor. E é através da dela, da Santa Missa que temos Cristo presente em
nosso meio. Sobre a Santa Missa nos diz São Francisco de Assis: “O homem
deveria tremer, o mundo deveria vibrar, o Céu inteiro deveria comover-se
profundamente quando o Filho de Deus aparece sobre o altar nas mãos do
sacerdote”. Além disso, temos na Sagrada Escritura a direção para a vida diária
a ponto que no Salmo 119 o salmista entoa as seguintes palavras: “Tua palavra é
lâmpada para meus pés e luz para meus caminhos”.
A Palavra do Senhor Deus
é esta lâmpada que ilumina nossa vida e que indica luminosamente os caminhos
para seguirmos, cabe a todos dispor de docilidade e abertura para com a Palavra
de Deus, leitura atenta da Bíblia, valorização e consciência da suma
importância da Eucaristia, nosso alimento espiritual que nos mantem conectados
a Deus e sustentados para seguirmos. De modo que através do encontro pessoal
com Cristo temos nossa vida segura e transformada pois, afirma o Papa
Francisco: “Não se pode viver como cristão fora desta rocha que é Cristo. Cristo
dá-nos solidez e firmeza, mas também alegria e serenidade”. Tendo esta ação
transformadora de Deus em nossa vida somo impelidos incondicionalmente a levar
os outros também a tal transformação, levar o próximo a esta fonte que sacia.
Assim sendo, “quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande
alegria não se pode guardar para si mesmo” (Bento XVI). Cristo é a fonte que
sacia e os meios para chegar a esta fonte são a Eucaristia e a Sagrada
Escritura nelas encontramos o próprio Salvador.
Seminarista Herick Vitchemechen