sábado, 26 de dezembro de 2015

Pertença à comunidade

Falar de senso de pertença à comunidade não é nenhuma novidade, mas uma necessidade uma vez que a sociedade hodierna influencia muito as relações familiares, sociais, etc. E isso atinge também as nossas comunidades, de tal forma, que não é difícil perceber a não participação e a não colaboração à comunidade a qual se pertence. Além disso, com o desenvolvimento da tecnologia a participação na comunidade ficou restrita, pois com esses novos meios não é preciso nem sair de casa, pois se assiste a missa pela TV, pela internet. Também não se trata de eliminar de nossa vida esses novos meios. Eles trazem benefícios, porém o mal uso deles causa, por outro lado, grandes malefícios. A questão é como se utiliza esses instrumentos.
Nos encontramos em um contexto plural, em um ambiente que nos surpreende não só com as mudanças, mas com a velocidade das mudanças. E é nesse contexto que a Igreja nos chama à conversão pastoral sob a inspiração das primeiras comunidades cristãs. O livro dos Atos dos Apóstolos nos suscita o entusiasmo com que vivia essa primeira comunidade: “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42). Os cristãos desta comunidade eram pessoas simples e louvavam a Deus, testemunhavam a fé viva do Cristo Ressuscitado.

Sob essa mesma perspectiva a Igreja, sobretudo a partir do Concílio Ecumênico Vaticano II, nos convida a contemplar a nossa realidade enquanto comunidade sob o mesmo espírito que animava os apóstolos em busca de conversão e renovação. Antes, no tempo de perseguição, o refúgio dos cristãos eram as comunidades.  Com efeito, aprofundou-se ideia de fraternidade e cresceu o sentido de irmandade. Apesar dos contrastes e os empecilhos que eram enormes, a missão era cumprida com ousadia e testemunho.
A comunidade é onde se partilha a vida, as alegrias e tristezas. “Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum” (At 2, 44). Compartilhar a vida também é colocar tudo em comum. É nessa partilha autêntica e fraterna que se encontra força, animo e coragem para que a comunidade não pereça. Trata-se de recuperar o sentido pleno da comunidade: onde se encontra amor, afeto e confiança.
Para que isso aconteça é necessário sair de si mesmo, superar os obstáculos e ultrapassar aquilo que nos impede de viver a comunhão. A comunidade é o lugar onde eu sou Igreja, onde coloco meus dons a serviço de Deus, ou seja, eu sou parte da comunidade; junto com os outros membros continuamos a evangelizar e a manter viva a chama do amor de Deus na comunidade. Sugestão de leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (Bíblia).

Seminarista Marinaldo Cheliga.

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