Falar de
senso de pertença à comunidade não é nenhuma novidade, mas uma necessidade uma
vez que a sociedade hodierna influencia muito as relações familiares, sociais,
etc. E isso atinge também as nossas comunidades, de tal forma, que não é
difícil perceber a não participação e a não colaboração à comunidade a qual se
pertence. Além disso, com o desenvolvimento da tecnologia a participação na
comunidade ficou restrita, pois com esses novos meios não é preciso nem sair de
casa, pois se assiste a missa pela TV, pela internet. Também não se trata de eliminar
de nossa vida esses novos meios. Eles trazem benefícios, porém o mal uso deles
causa, por outro lado, grandes malefícios. A questão é como se utiliza esses
instrumentos.
Nos
encontramos em um contexto plural, em um ambiente que nos surpreende não só com
as mudanças, mas com a velocidade das mudanças. E é nesse contexto que a Igreja
nos chama à conversão pastoral sob a inspiração das primeiras comunidades
cristãs. O livro dos Atos dos Apóstolos nos suscita o entusiasmo com que vivia
essa primeira comunidade: “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos
apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42). Os
cristãos desta comunidade eram pessoas simples e louvavam a Deus, testemunhavam
a fé viva do Cristo Ressuscitado.
Sob essa
mesma perspectiva a Igreja, sobretudo a partir do Concílio Ecumênico Vaticano
II, nos convida a contemplar a nossa realidade enquanto comunidade sob o mesmo espírito
que animava os apóstolos em busca de conversão e renovação. Antes, no tempo de
perseguição, o refúgio dos cristãos eram as comunidades. Com efeito, aprofundou-se ideia de
fraternidade e cresceu o sentido de irmandade. Apesar dos contrastes e os empecilhos
que eram enormes, a missão era cumprida com ousadia e testemunho.
A comunidade
é onde se partilha a vida, as alegrias e tristezas. “Todos os que tinham
abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum” (At 2, 44). Compartilhar a
vida também é colocar tudo em comum. É nessa partilha autêntica e fraterna que
se encontra força, animo e coragem para que a comunidade não pereça. Trata-se
de recuperar o sentido pleno da comunidade: onde se encontra amor, afeto e
confiança.
Para que isso
aconteça é necessário sair de si mesmo, superar os obstáculos e ultrapassar aquilo
que nos impede de viver a comunhão. A comunidade é o lugar onde eu sou Igreja,
onde coloco meus dons a serviço de Deus, ou seja, eu sou parte da comunidade;
junto com os outros membros continuamos a evangelizar e a manter viva a chama
do amor de Deus na comunidade. Sugestão de leitura: Livro dos Atos dos
Apóstolos (Bíblia).
Seminarista
Marinaldo Cheliga.
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