quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Domingo e o alimento da Vida Cristã

 Ao lermos atentamente a Sagrada Escritura encontraremos em Gênesis 2,2-3 que Deus havia observado a criação e vendo que tudo era muito bom santificou o sétimo dia e descansou. Na cultura judaica seiscentos e treze preceitos permeavam a vida do povo e este devia obedecer a todos estes mandamentos, dentre eles deveria com zelo guardar o sétimo dia (o sábado, chamado de sabat) como dia de respeito e guarda assim como prescreve o Gênesis sobre o descanso de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo ao remir os pecados da humanidade em seu sacrifício na cruz, através de sua ressureição no terceiro dia ressignificou o dia de respeito e guarda, o dia santo por excelência passa a não ser mais o sabat (sábado) mas o domingo.

Em virtude disto afirma São João Paulo II na Carta Apostólica Dies Domini que: “O dia do Senhor, como foi definido o domingo, desde os tempos apostólicos, mereceu sempre, na história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de fato, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento n'Ele da primeira criação e o início da « nova criação » (cf. 2 Cor 5,17). É o dia da evocação adorante e grata do primeiro dia do mundo e, ao mesmo tempo, da prefiguração, vivida na esperança, do « último dia », quando Cristo vier na glória (cf. Act 1,11; 1 Tes 4,13-17) e renovar todas as coisas (cf. Ap 21,5)”.
A ressureição de Cristo é então a segunda e nova Criação onde a humanidade é recriada e o Domingo é o dia por excelência, como nos diz a própria tradução do termo domingo no latim: Domingo = Dies Domini, ou seja, dia do Senhor. Por ser o domingo o dia do Senhor é que a comunidade cristã deve reunir-se para celebrar sua fé. Para celebrar o mistério da salvação e através da Santa Missa que é para todo católico o sacrifício de Cristo na Cruz, é onde torna-se presente o sacrifico do Senhor. E é através da dela, da Santa Missa que temos Cristo presente em nosso meio. Sobre a Santa Missa nos diz São Francisco de Assis: “O homem deveria tremer, o mundo deveria vibrar, o Céu inteiro deveria comover-se profundamente quando o Filho de Deus aparece sobre o altar nas mãos do sacerdote”. Além disso, temos na Sagrada Escritura a direção para a vida diária a ponto que no Salmo 119 o salmista entoa as seguintes palavras: “Tua palavra é lâmpada para meus pés e luz para meus caminhos”.

A Palavra do Senhor Deus é esta lâmpada que ilumina nossa vida e que indica luminosamente os caminhos para seguirmos, cabe a todos dispor de docilidade e abertura para com a Palavra de Deus, leitura atenta da Bíblia, valorização e consciência da suma importância da Eucaristia, nosso alimento espiritual que nos mantem conectados a Deus e sustentados para seguirmos. De modo que através do encontro pessoal com Cristo temos nossa vida segura e transformada pois, afirma o Papa Francisco: “Não se pode viver como cristão fora desta rocha que é Cristo. Cristo dá-nos solidez e firmeza, mas também alegria e serenidade”. Tendo esta ação transformadora de Deus em nossa vida somo impelidos incondicionalmente a levar os outros também a tal transformação, levar o próximo a esta fonte que sacia. Assim sendo, “quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo” (Bento XVI). Cristo é a fonte que sacia e os meios para chegar a esta fonte são a Eucaristia e a Sagrada Escritura nelas encontramos o próprio Salvador.


Seminarista Herick Vitchemechen

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